segunda-feira, 30 de julho de 2012

APENAS UMA VIDA


Fanny Mencato – ouvir ao som de “One Life” James Morrison.


“♫♪ ..When I was a young boy I was living for the moment.. I had every choice.. ♫♪”
Costas contra o muro
o vento frio acaricia a pele
Uma vida inteira pela frente
tantos erros cometidos
quantos acertos mais...
Em um jogo onde nada é constante
as variáveis amedrontam;
amores do passado
fantasmas do presente..
Perdida entre palavras
sonhos, possibilidades e poesias’
uma ideia fixa: seguir em frente!
Ir sozinha,
não se importar realmente,
seriam apenas corpos
ao menos por algum tempo.
Um olhar muda tudo
invade a mente
o pouco que antes seria muito
já não é suficiente.
Todas as razões caem por terra,
possivelmente um erro,
mas isso já não importa realmente.
Uma vida,
uma chance,
um novo momento,
como fazer tudo ser diferente ?
A coragem passa a ser:
Frente aqueles olhos dizer apenas a verdade;
Permanecer enquanto seu sorriso passa a definir a cor dos dias que se seguem;
Ficar quando todas as certezas somem
e o corpo tremulo só quer correr o mais longe possível..
Nesse jogo,
duas vidas, uma chance
o medo de seguir e apesar dele a coragem
O amor deixando apenas uma certeza:
 “♫♪I got one life, one life, one life  And I'm gonna live it I got one life, one life, one life And I'm gonna live it right  ♫♪”
http://letras.mus.br/james-morrison/1969121/traducao.html

sábado, 26 de novembro de 2011

A IMPORTÂNCIA DE CADA UM NA LUTA POR NOSSOS DIREITOS


Há muito tempo, antes da formação das sociedades modernas, o ser humano vivia só, e devido a muitos fatores naturais a vida era difícil
 Perceberam então que ao se unir a outros da sua espécie a vida tornava-se mais fácil
 
Com o passar do tempo notaram que a vida em sociedade necessitava de regras e normas para poder se desenvolver, e surgiram os primeiros códigos escritos, “constituições federais”, verdadeiros contratos a que todos os habitantes se sujeitam abdicando de parte de sua liberdade absoluta em face da soberania de um país e aceitando obrigações em troca de ter assegurado seus direitos
 
A violência destes códigos no entanto centralizava o poder e ao combater a violência com violência em nada contribuíam para a evolução social, pois o que poderia surgir ao se combater o mau com o mau alem de mais violência? Qual a diferença entre a violência ilegal e a legal? Entre um assassino e aquele que assassina em nome de uma vingança?
 
Os ideais iluministas surgem com um ideal de libertação do pensamento antigo, os homens imaginaram o tipo de sociedade em que queriam viver e buscando a iluminação da mente humana, tentaram estabelecer direitos não apenas igualitários, mas também de segurança do indivíduo frente a um estado então absoluto e à imposição das maiorias.
 
 Surgem os direitos humanos, e os princípios constitucionais como caminho a ser seguido para uma sociedade ideal. Uma sociedade de liberdade, igualdade e justiça. 
 
O que antes se quer se declarava passa a ser constitucionalmente garantido. Contudo apenas uma parte da sociedade ainda se mantém no poder. Assim minorias continuam indo à luta para assegurar seus direitos: trabalhadores, mulheres, menores, índios, homossexuais, cada um a seu tempo e modo se levantaram e continuaram a lutar por uma sociedade garantista, utópica para os céticos
Hoje as desigualdades ainda existem e o preconceito ainda impera porem não podemos negar que obtivemos algumas vitórias: o fim da escravidão, os direitos da mulher, do menor, e o início do reconhecimento dos direitos homoafetivos


O direito nao socorrerá aqueles que dormem, nao se tornará mais humanitario e solidario devido ao voto da maioria, apenas não nos deixaremos dominar ou seremos considerados  perdidos/condenados e mantidos á margem da sociedade como eles insistem ao nos erguermos para gritar: “podemos parecer diferentes, mas somos iguais a você! NÃO a qualquer forma de preconceito!”
 



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ENCONTRO



O vapor da água caia sobre seu corpo nu e tornava ainda mais difícil minha respiração já pesada.
A proximidade era desconcertante; sua pele exalava um aroma sensual, seu corpo acompanhava o ritmo da música que rolava só pra me provocar.
Sentia aquela urgência, a necessidade de domínio, subjugo e posse daquele corpo por inteiro, sem receios.
Meus sentidos enlouqueceram, me dominaram e um gemido forte ecoou quando seu corpo se chocou com a parede fria.
Nossos corpos molhados, envoltos sem libido, buscando o prazer supremo, o gozo inevitável adquiriram ritmo próprio, louco e frenético.
De repente um “eu te amo” escapou, sussurrado entre dentes, tímido entre os gemidos mútuos, e tudo tomou um ritmo ainda mais forte, não apenas sexos, peles, mãos e bocas se tocavam, mas algo mais profundo se mostrava no encontro de olhares.
O auge em fim atingido, nossos corpos trêmulos unidos em um abraço que por mim poderia ser eterno e o retorno de um “eu também te amo”.
O beijo veio suave, cheio de carinho e amor, um riso de cumplicidade e a certeza de ter encontrado aquela pessoa que por tanto tempo havia esperado.
Héteros, Lésbicas ou Gays. Realmente faz diferença?

terça-feira, 12 de julho de 2011

POEMA - DEIXANDO-ME LEVAR


Olhando em seus olhos me perco no tempo e espaço,
Mergulho em um mar profundo às vezes turvo, às vezes límpido,
Perdida em um mundo inteiramente novo.

Seu corpo junto ao meu se encaixa perfeitamente
Sua aparência, muitas vezes frágil me delicia
Quando você se aconchega e eu a envolvo e embalo.

Fascina sua força e ternura;
Encanta seu sorriso maroto, seu toque;
Envolve e domina seu olhar.

É fácil deixar-me levar, presa ao seu feitiço
É natural o arrepio, o desejo, a loucura.

Velhos medos se perdem, aos poucos se deformam:
O medo da entrega;
Dos sonhos grandes de mais;
Do amor que dilacera e magoa.
Medos que de algum modo não me afligem
Que pertencem agora ao resto do mundo.

Refletido em seus olhos vejo o mesmo desejo, a mesma ausência de medo
O mesmo anseio de lançar-se ao desconhecido e mergulhar cava vez mais fundo
Deixar-se levar sem temer o espaço em branco a nossa frente
E assim nada parece impossível.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

CONTO - APENAS UMA GAROTA CAP.2


Levantou-se a mente conturbada, agitada, insone em busca de um cigarro, buscava em cada tragada sentido para frases e gestos vazios. Seu corpo forte e inquieto exauria-se aos poucos, machucada por intermináveis buscas que sempre mostravam-se sem sentido.
Percebeu naquele instante que estava prestes a desmoronar, não suportava mais aquela forma de vida, não suportava mais aquele mundo onde se via presa, e percebeu que não haviam reais algemas em seus punhos. Reuniu suas ultimas forças e decidiu recomeçar.
Partiu, nas mãos folhas em branco e uma caneta, nada de lápis ou borracha, nada poderia ser apagado ou reescrito nessa nova história, as palavras deveriam ser mantidas, registradas  em sua forma original.
Sempre escrevera sobre sentimentos que nunca realmente provara: iras que nunca expressara, poesias e sentimentos que jamais vivera, sonhos desgastados, idéias abstratas, planos incompletos que a mantinham presa ao futuro e distantes dos seus dias.
Assim ela partiu, deixou para traz às máscaras, a mentira, a civilidade que a obrigava a se moldar, oprimia e socializando-a destruía dia após dia tudo o que ela era. Deixou para traz todas as esperanças, idéias formadas, pré-conceitos, abdicou dos planos, dos conselhos, das cobranças e de todos os caminhos já traçados para o seu futuro.
Já não desejava ou planejava, apenas sentia o vento batendo em seu rosto, as pedras do calçamento quentes sob seus pés e o sol aquecendo sua pele. Assim, apenas sentindo escrevia, descrevia cada sensação e vivia cada instante.
Agora livre da ansiedade, já não era alvo das frustrações e mágoas que tanto a afetavam não sabia o que a aguardava, mas não se importava, estava livre, pela primeira vez ao se afastar de todas as regras, desejos, esperanças, planos, medos estava livre para sentir, pensar, criar suas idéias e descobrir quem era, quem sempre fora.
Caminhou por dias, primeiro vagando pela cidade observando todas as pessoas tão presas a tudo, cada passo milimetricamente calculado planejado, pré-programado, dormiu em pensões baratas, comeu pouco ou quase nada e observou, viu pela primeira vez a dor estampada em todos os olhos, a angustia e a ansiedade por traz de cada sorriso.
Observando aqueles que cruzavam seu caminho, notou os passos acelerados, os olhos inquietos, o tempo escasso. Percebeu que em momento algum estivera sozinha quando andava perdida, sem reconhecer a si mesma e só agora, longe das amarras que tentavam moldá-la, conseguiu compreender o quão interligada a todos ela sempre estivera.
Caminhou sozinha, como uma espectadora silenciosa, por todas as ruas da cidade, suas folhas antes em branco aos poucos iam sendo preenchidas, cada nova rua, cada novo bairro apresentava-lhe uma emoção, um sentimento, e ela escrevia, assim fazia, pois era essa sua arte, sua forma de expressão, muitos são os que fotografam, desenham, pintam, cantam,  ela observava, sentia, e escrevia.
Em seu caminhar sentiu a fome, e o prazer ao saborear o mais básico prato de comida; sentiu a dor do cansaço e o conforto do sono; sentiu pela primeira vez o sangue circulando por seu corpo e o pulsar de seu coração; notou as variações do ar que entrava por suas narinas a cada respiração e foi capaz de apreciar a liberdade com que cada nova idéia brotava em sua mente. (...)

CONTO - APENAS UMA GAROTA CAP.1


Beijava três, cinco, dez garotas em uma noite. Às vezes levava alguma para um lugar mais escuro, a coisa esquentava, se rendia aos desejos animais, saciava sua luxuria, tinha novas paixões toda semana, mas continuava vazia, sem rumo, noite após noite entre mulheres e cerveja, entre amigos em um bar qualquer ria e comemorava a própria incoerência.
Os beijos por melhores que fossem não a tocavam, sua pele reagia, seu corpo excitado já acostumado a retribuir caricias sabia exatamente o que fazer a cada toque, porem sua mente vagava, seu coração inquieto mantinha-se fechado.
Decepcionava-se todos os dias, se frustrava, esperava que as garotas não agissem como sabia que agiriam, desejava a pessoa que a superasse, instigasse, inspirasse, alguém para estar com ela, sabia que esperava de mais, mas não conseguia agir diferente, sentia-se presa.
Acabava em uma ressaca terrível com a moral abalada, a cabeça rodando, pesada, presa novamente na cama sem vontade de mexer um único músculo, tentando analisar a maldita mania de atos emocionais sem sentido, descontrolados, que possuía, ligava para um amigo, tentava encontrar alguma razão para se levantar, via-se perdida em um turbilhão.
Cansada dos antigos lugares desgastados, das  baladas que sempre haviam sido seu mundo, não sabia para onde ir e não conseguia ficar em casa, acabava insistindo, buscando nos lugares errados, e pessoas erradas a profundidade de um olhar que brilhasse só por ela, não suportava mais a  luxuria e todo o lixo da noite, mas não conseguia se afastar, ela era uma viciada.
Cheia de conceitos e idéias adquiridos no decorrer dos seus 24 anos, se via buscando ainda respostas para as mesmas perguntas de sua adolescência, seguia dividida entre o mundo dos pensamentos e da razão, e o dos sentimentos e da emoção.  Às vezes encontrava seu equilíbrio, mas distraia-se por um instante e se deixava levar presa em um dos mundos novamente, perdia o controle.
Já sem saber onde mudar, o que fazer para melhorar, Sempre tão auto-crítica, persistente, desejando, se aperfeiçoando,  se auto-lapidando a cada novo dia, flagelava-se sem entender sua própria necessidade de mudar.
Diziam-lhe que não exigisse tanto dos outros, que não esperasse tanto, que curti se, aproveita-se e pronto, ela curtia, aproveitava as companhias passageiras, isso sim aprendera a fazer bem, mas não conseguia não exigir de alguém que estivesse ao seu lado, exigia dela mesma, se auto-criticava ainda mais que a qualquer um e esperava sempre o seu melhor, por isso mesmo sem querer, acabava esperando a mesma atitude em troca.
Presa em um ciclo que parecia não se fechar quando pensava estar em equilíbrio acabava fugindo dos próprios pensamentos novamente, afogando-os em um copo qualquer de bebida, colando seu corpo a um corpo qualquer, rindo de uma besteira qualquer sem saber qual o próximo passo a dar.
Aquela havia sido outra dessas noites, novamente não queria acordar, ter de abrir os olhos, a escuridão da noite ainda dominava o quarto, mas sua mente ainda letárgica insistia em trazê-la novamente à realidade.
Sentia a respiração leve e o contato da pele suave, quente, colada a sua, a garota, que não conseguia recordar o nome agora, adormecida tentava aconchegar-se em seus braços, e ela desvencilhou-se sem lhe dar muita atenção, não que a noitada ouves-se sido ruim, mas não sentia desejo algum de estar ali. (...)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

POEMA - VIDA DE LÉS.



Odeio mulheres!
Tão complexas em sua simplicidade,
Com seus jogos e desvios de personalidade!

Odeio mulheres!
Sensivelmente indomáveis, garoa e tempestade,
Sempre frases e jeitos, cores e aromas, vulcão e Iceberg!

Odeio mulheres!
Seus contrastes, gestos e formas
Que inconstantes, alucinam embriagam e envolvem!

Odeio mulheres!
Que definem a cor e o tom de meus dias;
Alteram meu humor;
Dão forma a minha poesia!

Muitas vezes só sei que odeio mulheres!
Mas todo o tempo sei, sou viciada em todas elas.

domingo, 12 de junho de 2011

POEMA - APAIXONANDO-SE



Preenchendo um quadro em branco
Dou a cada dia um novo passo.

Percebo a cada encontro um gesto,
Um detalhe, uma expressão diferente.

Descubro aos poucos seus interesses,
Suas preferências, anseios e sonhos.

Sinto seu aroma, as reações da sua pele, seu corpo.

A cada espaço preenchido percebo, descubro, sinto
Pequenos novos detalhes.

Detalhes que me encantam aos poucos
Me mostram o quanto é bom tê-la neste instante.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

POEMA - SEUS OLHOS


Entre olhares discretos dialogamos.
Seus olhos me perseguem, atormentam
Inspirando minha lascívia despertam meu lado mais sacana.

Meu sexo desperta, pulsante, agitado;
Meus membros ansiosos tornam-se inquietos,
Percorro com o olhar as nuances de seu corpo.

Enquanto minha mente divaga, perdida em suas curvas deliciosas
Transponho a parca distância que nos separa
A envolvo, uno nossos lábios, colo seu corpo ao meu.

Satisfaço esse desejo ansioso,
Esse impulso incontrolável que sinto pulsando em minhas veias
E vejo refletido na intensidade de seu olhar.

terça-feira, 10 de maio de 2011


Peguei-me a percorrer antigos caminhos. Foi tão fácil cair rendida aos velhos hábitos. Bastou um minuto de distração. Os meses de trabalho psicológico e emocional em busca de um equilíbrio simplesmente desapareceram.
A sua presença trouxe a tona todos os sentimentos que por algum tempo haviam se acalmado. Vi-me presa aos velhos medos, dominada pela antiga angustia, ansiosa e com o coração recluso, a mente novamente inquieta, exasperada.
Sua presença me enfraquece, seus olhos, se mantêm para mim indecifráveis, suas palavras, me soam incompletas, novamente você me deixa insegura, leva minha tranqüilidade, sensatez e de algum modo domina meu pensamento.
Eu que precisei sempre de uma explicação completa, apegada aos detalhes de cada instante, com essa estúpida necessidade de deixar tudo sempre claro, explicito, delimitado. Eu sempre controladora, impaciente, com esse desejo incontrolável de entender, descrever e racionalizar cada sentimento, cada momento.
Me vejo perdida novamente entre suas poucas frases, e palavras nunca ditas. Me descontrolo e chegou a conclusões nada conclusivas, tentando completar lacunas que você deixou para traz e jamais foi capaz de sanar.