domingo, 26 de setembro de 2010

CONTO - MUITO MAIS QUE UM SONHO


Sophia não sabia como chegara ali.
De repente viu-se deitada em um lugar indifinido, sem tempo ou espaço, envolto em brumas.
A seu lado, de costas, parecendo cochilar, sua amiga de infância Renata.
Silhuetas perdidas na névoa lembravam seres místicos jamais vistos por ela, tomando forma de duendes e fadas e novamente desaparecendo.
Sentia seu raciocínio lento percebendo apenas o aroma que emanava de Renata, com seus cabelos loiros caindo-lhe sobre a face, não conseguia pensar ou entender o que acontecera; sentia apenas, de uma forma inexplicável, com uma intensidade inimaginável. Parecia que havia liberto todos os seus sentidos antes adormecidos.
Renata roçava em seu corpo e Sophia absorvia o doce calor que dela surgia.
Foi por puro reflexo que a abraçou, e sentiu-se estremecer por inteiro no instante em que ela acordando se aconchegou em seus braços.
Sophia unida a Renata soube que ali tudo o que sempre parecera real, lógico, certo, enfim, tudo o que lhe importava, simplesmente não possuia sentido.
E naquele local envolto em brumas, longe do pudor do mundo, dominadapelos desejo, guiada pelos sentidos, Sophia acariciou Renata, tocou-lhe os seios sob a blusa, beijou-a suavemente, percorrendo todo seu corpo.
Renata vibrava a cada nova carícia, ansiando e buscando o próximo beijo.
Quando por fim se olharam já sabiam que este não fora um simples sonho, fora um encontro de espíritos e que jamais sentiriam-se sós novamente.
Ambas acordaram, corpos suados, um desejo latente, sensaçao de algo encontrado, perdido, oculto pela razão, censurado pelo pudor.
Renata levanta-se bebe água e volta a dormir profundamente.
Sophia observa a lua pela janela de seu quarto solitário, a cabeça ainda embalada pelo sono, não sabe por quê, mas tem a certeza de que terá um dia maravilhoso. Abraça seu travesseiro e dorme novamente.
Fanny C;