sábado, 20 de novembro de 2010

CONTO - PODE SER APENAS MAIS UMA LENDA CAP. I


Há muito tempo existia um povoado hoje apagado da história do mundo, um lugar tranqüilo onde os habitantes passavam seus dias lentamente, e o tempo corria de forma diferente, onde as pessoas eram puras, simples e viviam em harmonia com a natureza, devotando suas vidas a ela.
 Este vilarejo era cercado por uma vasta floresta e banhado por um grande lago de águas cristalinas. Foi lá onde Raquel a viu pela primeira vez, ainda muito jovem, e se encantou no mesmo instante. A Lua, com sua beleza e elegante charme, parecia transmitir  paz a todos sem nunca julgar e trazia sempre uma suavidade que Raquel jamais presenciara, sua luz ao afugentar a escuridão da noite sempre tão corajosa parecia fazer todo seu corpo se aquecer.
Passaram-se vários anos até Raquel perceber que aquele sentimento, que a levava todas as noites a margem do grande lago apenas para observar a Lua, se banhar em sua luz, lhe contar todas as suas coisas não era apenas admiração, mas sim um grande amor, a Lua sempre a ouvia e quando tudo parecia sem solução, ali ela encontrava a paz de que precisava para tomar as decisões corretas, a Lua sempre estivera ali, todas as vezes que precisara bela, compreensiva, encantadora e irresistivelmente charmosa.
Na noite em que Raquel, por fim, percebeu a profundidade de seus sentimentos, muito mais fortes que uma admiração ou que qualquer encanto que tenha sentido antes, ela os confessou e declarou-se para a Lua, falou tudo o que seu coração guardava há tantos anos, e desejou com todas as suas forças poder tocá-la ao menos por uma noite.
Então, em um momento de razão lembrou-se onde sua amada estava, tão alto no céu, sentiu-se triste, incapaz. Como poderia ela, apesar de todo seu amor, sendo apenas uma jovem, incapaz e minúscula, chamar a atenção de sua amada sempre tão majestosa? jamais seria capaz de fazer com que a Lua também a amasse e imaginou o quanto sua aparência frágil e delicada deveria parecer insignificante para à Lua sempre tão magnífica. Uma tristeza profunda a abateu e ela não podendo evitar as lágrimas que a dominaram chorou caindo ao chão por um amor tão grande mas sem esperanças.
A Lua ao ouvir a declaração que a tanto esperava se emocionou, mal pode se conter em sua alegria. Há muitos séculos que ela havia se distanciado das pessoas e fugido dos sentimentos, mas quando sentiu o olhar encantador daquela jovem menina pela primeira vez e viu sues cabelos cacheados brilhantes como ouro algo mudou, por algum motivo ela lembrou-se de todos os sentimentos bons e sentiu seu coração até então frio e distante se aquecer.
Todas as noites desde então ela observou sua menina a distância, aqueceu-a com sua luz nas noites escuras e brilhou ainda mais poderosa na esperança de conquistar sua atenção.
Por causa de Raquel ela havia brilhado como nunca em séculos havia brilhado,  se esforçando para estar a cada dia mais linda e charmosa, e agora ouvindo as palavras que ecoavam da boca de sua amada criança ela sabia que era correspondida.
Ao ver Raquel, caída ao chão com lágrimas manchando sua pele clara e sujando suas faces rosadas, com os olhos sempre verdes e límpidos cheios de uma tristeza indescritível a Lua soube que precisava encontrá-la e lhe dizer o quanto a amava.
Ela sabia que era proibida de fazê-lo, pois ao fugir e se isolar dos sentimentos havia sido  amaldiçoada a permanecer nos céus por todos os séculos, distante de todos, apenas observando.
Porem havia uma forma, ela precisava de uma distração algo que lhe permitiria assumir novamente sua forma humana por algum tempo e descer a terra por algumas horas sem ser notada.
Com a imaginação dando pulos, e desesperada para ver sua amada ela pensou em uma idéia insana e magistral, um grande golpe, mas que certamente poderia funcionar.
Gritou então aos seus melhores amigos, seus companheiros através dos séculos, o Sol e a Terra e contando a eles emocionada o que se passava, e o pesar que via nos olhos de sua amada menina pediu a eles que a ajudassem.
Quando contou seu plano para distrair os céus e assim poder descer as margens do grande lago para falar com sua amada a Terra e o Sol se assombraram com tamanha ousadia da Lua.
Todos sabiam o quão arriscado seria realizar seu pedido. Mas pensando, o Sol, eterno amante, sempre ardente de paixão incendiou-se. Era a primeira vez que via sua sempre fria e distante irmã tão apaixonada e decidiu atender seu pedido. A Terra por sua vez sempre compreensiva, piedosa, não suportou ver o desespero da Lua e a tristeza de Raquel e por fim também aceitou ajudá-las.
 O plano era simples, o Sol deveria lançar sua luz sobre a Terra de forma que a sombra desta encobriria a Lua por algum tempo e assim ela poderia, novamente, adotar sua forma de mulher descendo a terra por algumas horas. 
Esta foi a primeira vez que a Lua desceu do Céu, e foi a  primeira vez que viu-se um Eclipse Lunar.
Já as margens do grande lago a Lua aproximou-se de Raquel, ainda de joelhos e em prantos. Com seus longos cabelos negros lisos e pele clara, ajoelhou-se ao lado de sua menina adorada e segurando seu rosto frágil e delicado fitou-a com seus olhos negros. 


(CONTINUA)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

POEMA - UM PASSO DE CADA VEZ


Apesar da saudade carrego sempre sua lembrança
 E mesmo andando só sigo em frente
Apenas um passo por vez.

Você, mesmo longe, me busca, insiste e me acompanha
Andando assim, seguimos em frente
Apenas um passo por vez.

Apesar da distância, decidimos, lutamos, seguimos em frente,
 Apenas um passo por vez
Fazendo nossos caminhos se reencontrarem.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CONFISSÕES - REFLEXÃO


As vezes critico meus textos por serem muito românticos, muito suaves e sem muitas surpresas. Acho que acabo sendo minha maior critica, não sou de aceitar muitos elogios. 
Mas, sabe, eu gosto de pensar que ao menos quando escrevo as coisas podem acabar bem, que é possível, mesmo em meio a merda em que vivemos encontrar aquela pessoa que muda tudo, que vira seu mundo de cabeça pra baixo e te faz bem.
Demorei mas percebi que historias com finais tristes acontecem o tempo todo e pessoas sofrem a cada instante, e muitos só escrevem sobre elas, eu ao contrario, escolhi escrever sobre sonhos, sobre desejos e esperanças, escrevo sobre sentimentos que valem mais do que qualquer coisa e devem ser protegidos, em fim, escrevo sobre coisas em que, apesar de tudo, ainda acredito.
Ainda acredito que por traz das coisas ruins que nos acontecem encontramos coisas boas ao nosso redor sempre é só questão de parar e prestar um pouco de atenção.
Quando realmente olhamos somos capazes de perceber coisas maravilhosas. Pessoas que nos cercam, lugares inesquecíveis, experiências indescritíveis. Encontramos amigos verdadeiros e inquestionáveis, colegas para todas as baladas e amores incontroláveis, é isso que nos da aquela sensação maravilhosa de "eu estou no meu lugar, e é por isso que tudo vale a pena".
No fim o que nos faz perceber a vida são as coisas que sentimos, o que torna as experiências tão essenciais são as emoções que conhecemos e guardamos.
Sem os sonhos, o desejo a esperança e a vivencia de todos os sentimentos simplesmente nos sentimos mortos em vida, um robô a mais que não encontra sentido para estar vivo e apenas aguarda insana e ansiosamente que a morte venha e nos leve.

FILME - MINHAS MÃES E MEU PAI


ainda não assisti esse filme mas a tematica me pareceu excelente e historia bem bolada, espero que consigam baixar nesse link: http://www.megaupload.com/?d=OTIZW1TR

terça-feira, 16 de novembro de 2010

POEMA - LEMBRANÇAS


Tudo o que tenho agora são lembranças,
Seu cheiro em meu corpo,
O gosto do beijo em meus lábios,
O olhar fixo, e o triste sorriso de adeus.

À distância me atormenta
O dia passa lento, o coração bate apertado.
Adormecer é meu único consolo,
Em sonhos a encontro ou esqueço que não a tenho.

Não sei acordar longe de seus braços
Sem ganhar um beijo e vê-la com um sorriso dizer:
Bom dia, mesmo ainda envolta pelo sono.

Sei que estas perto, e vou reencontrá-la
Mas a saudade me prossegue e a cada passo,
Faz-me esquecer tudo que sei e me conforta.