sábado, 8 de janeiro de 2011

CONTO - DESEJOS PERIGOSOS



A noite, quando o sono me foge ainda sinto sua presença ao meu lado na cama, quando ouço passos do lado de fora do apartamento me pego relembrando o som de seu salto, sempre alto, se chocando contra as lajotas do corredor e desejando ouvir seu pulso impaciente pressionando a campainha, nesses momentos esqueço que ela se foi, que escolheu partir, me iludo e finjo por alguns instantes que o meu amor é o suficiente para ela que sempre desejou o mundo.

Aquela que tantas vezes desejei chamar de minha menina, que me olhava e sorria todas as vezes que eu tentava dizer o quanto a amava, e me destruía com uma simples frase:
__ Também te amo, você sempre será minha melhor amiga.
Tantas foram às vezes que a consolei quando algum idiota que dizia amá-la conseguiu magoá-la, em tantas noites ela se deitava em minha cama, se aconchegava em meus braços e adormecia como um anjo com um sorriso suave nos doces lábios rosados, era impossível para mim esquecer a forma que seus cabelos loiros tomavam ao se espalhar por meu peito, o aroma de frutas frescas que sempre a rodeava, e o calor de seu corpo junto ao meu.
Hoje aqui sozinha chego a pensar que jamais deveria ter realmente me declarado, afinal ela amava o namorado rico, se eu apenas tivesse conseguido me conter, poderia ainda tê-la por perto, mas já não era mais capaz, eu precisava que ela soubesse antes de aceitar o pedido de casamento. Simplesmente o ciúme me enlouqueceu se ela respondesse sim, eu jamais a teria, e nesse caso eu realmente prefiro a solidão.
Agora já fazia um mês desde a noite em que ela saiu batendo a porta do meu apartamento, chorando, depois de me dizer que eu havia estragado tudo, que eu sabia que ela amava o namorado e que ao me declarar e beijá-la eu havia destruído nossa amizade e ela me odiava por isso. Depois daquela noite ela simplesmente passou a me evitar, era como se ela fosse um fantasma que simplesmente desapareceu, mas essa foi à escolha dela e eu não tinha como modificá-la.
Ainda assim, nessa noite, desejei mais que nunca que ela estivesse ali, desejei tê-la mesmo que por uma noite, desejei que as nuvens lá fora não escondessem a lua e a chuva parasse, mas, mais que tudo desejei que ela estivesse feliz.
Enquanto observava as gotas que se chocavam contra o vidro da janela, tive novamente a impressão de ouvir seus passos no corredor, a cada instante mais próximos e derrepente ouvir a campainha tocar, daquela forma impaciente que somente ela era capaz de tocar, é claro que havia sido apenas minha imaginação mais uma vez, mas novamente a campainha tocou e percebi que realmente havia alguém a porta.
Ela estava completamente encharcada, o rosto vermelho, os olhos febris, era como se estivesse desesperada, assim que abri a porta ela me abraçou, seu corpo estava gelado e no momento em que ia perguntar o que estava havendo ela simplesmente me beijou, aquele beijo que tantas vezes eu imaginei, que tantas noites desejei, eu a envolvi em meus braços com força, eu a desejava tanto, ela se apertava contra meu corpo e me puxava para si, quando a levei para o quarto e a deitei contra a cama ela não resistiu, não me deixou falar, apenas tirou sua camisa e me beijou novamente.
Sua pele clara tão macia, era pra mim como um vício e eu não conseguia parar de beijá-la, tocá-la, amá-la, não conseguia acreditar no que estava acontecendo e temia ao mesmo tempo que fosse tudo uma ilusão, uma peça da minha mente. Fizemos amor durante horas, mas ela não me deixava mencionar nem uma palavra, senti seu corpo se enfraquecer em meus braços varias vezes, e a cada gozo ela simplesmente me puxava ainda mais para si, acariciava meu corpo e calada buscava meu corpo com sua boca me acariciando com sua língua.
Fizemos amor até adormecermos, ambas exaustas, já sem forças, uma nos braços da outra, sem dizer palavra, mas na manha seguinte, quando acordei ela simplesmente não estava ao meu lado, seu cheiro ainda estava em toda parte, mas ao procurá-la pelo apartamento tudo o que encontrei foi uma carta:
“Fabi, meu amor, me desculpe por todas as ofensas que te falei aquela noite, e por esta carta. Eu sempre soube que você me amava, na verdade, eu também sempre a amei, mas me neguei a ver isso até ouvir sua declaração por que esse amor não é para ser vivido, é um sentimento que vou sempre carregar comigo, e você é alguém que sempre estará em meu coração, mas esta manhã estou partindo com meu marido, vamos morar em Paris e eu sei que ele me dará o mundo que eu sempre quis. No entanto  antes de ir eu precisava estar com você ao menos uma noite, você que sempre esteve ao meu lado e espero que não me odeie, sei que durante todo esse tempo em que estivemos próximas você sempre me desejou e eu agora confesso também sempre a quis. Não sei se um dia voltaremos a nos ver, porem espero, de todo o meu coração que você seja muito feliz e encontre alguém forte o suficiente para conquistar o mundo ao seu lado.
Adeus, Mary.”
Não sei de onde tirei forças para parar de chorar após chegar ao final da carta, eu quis tanto ódia-la, quis mais que tudo destrui-la dentro de mim, como ela podia ter sido tão cruel comigo¿, eu que sempre a amara, defendera que tantas vezes a havia protegido e cuidado. Me odiei por amá-la e a odiei ainda mais por me fazer amá-la.
Mas, após algum tempo, percebi que apesar da dor que eu sentia naquele momento tudo o que eu havia desejado com tanta força naquela noite havia acontecido: ela havia estado ali comigo e eu a tive por uma noite, mesmo as nuvens lá fora haviam sumido, de alguma forma, durante a noite a chuva havia parado e agora eu sabia que ela estaria feliz.
De alguma forma estranha não podia culpa-la pois tudo o que havia acontecido, eu mesma havia desejado.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CONFISSÕES - REFLEXÃO II

Antes de tudo um jargão: FELIZ ANO NOVO PRA TODO MUNDO! novo ano, novos contos /o/, agora vamos ao que importa:


PRIMEIRO: foi mal ter meio que abandonado o Blog mas somado a correria de fim de ano habitual consegui quebrar a tela do meu netbook não sei como (bêbado é uma desgraça) e fiquei sem ter PC disponível pra escrever e postar mas agora, problema qz resolvido voltei!

SEGUNDO: Hj acordei de madrugada, coração apertado o sono simplesmente foi embora, não costumo ter problemas pra dormir mas a um tempinho isso vem virando rotina, muitas idéias e pensamentos que me inquietam, o fim da faculdade chegando e a grande duvida, o q faço agora? o caminho que estou seguindo é o certo? tudo o que minha mãe fala esta certo? se sempre parece que da tudo errado devo continuar insistindo?
depois de pensar muito não cheguei a uma resposta concreta, percebi que não há um unico caminho correto, eu vou vivendo e vendo o que esta bom e o que não esta e vou mudando, não há uma receita pré fabricada e concreta com o titulo "assim é que se vive" se houvesse uma que se moldasse as diferentes necessidades e anciedades de todas as pessoas e realmente funciona-se eu é que queria ter escrito pq ficaria bilherdaria haushusah. 
Em resumo, cheguei a conclusão de que tudo o que sei são as coisas que eu quero, os meus objetivos: vou terminar minha faculdade, passar na prova da OAB, trabalhar em algo que eu goste provavelmente passar em um concurso para a polícia, encontrar uma menina - mulher que eu ame e que me ame e andar ao lado dela sempre sem ter medo ou receio de dizer que ela é a minha menina e que eu a amo, tudo isso vivendo sempre ao lado dos meus amigos.
Então eu não sei se o caminho esta certo, mas eu sei o que eu quero e vou descobrindo a cada passo como chegar-la, e talvez no final eu ainda consiga escrever a minha receita "assim é que se vive".

SÓ PRA FINALIZAR: Carpe diem, Nitmur in vetitum, aproveite/viva o dia, se lance em direção ao proibido!